quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

terça-feira, 2 de setembro de 2008

CICLO: "CINEMA E FILOSOFIA – Andrei Tarkovski”

Promoção do Curso Livre de Filosofia: “CORUJÃO”
“ANDREI RUBLEV” – “Andrei Rublev”
Dia: 19 / 09 / 08 (sexta-feira) - 19h – Debate após a Exibição
Direção: Andrei Tarkovski
Ano: 1966 - (União Soviética )
Elenco: Anatoly Solonitsin, Ivan Lapikov, Nikolai Grinko..
Sinopse: Andrei Rublev é um pintor de ícones na Rússia do ínicio do século XV. Encarregado de pintar as paredes da Catedral da Anunciação, no Kremlim. Ele trabalha sob a direção do mestre grego Téofanes. Este, é atormentado pela crueldade da época que atribui a ira do Céu, enquanto que Rublev acredita no livre arbítrio. Esta obra-prima do cinema-russo, com uma elevação espiritual e senso plástico deslumbrante, mostrou ao mundo, um jovem e promissor cineasta, Andrei Tarkovsky
205 min
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“SOLARIS” – "Solyaris”
Dia: 20 / 09 / 08 (sábado) - 16h-
Debate após a Exibição
Direção: Andrei Tarkovski
Ano: 1972 - (União Soviética )
Elenco: Natalya Bondarchuk, Donatas Banionis, Jüri Järvet, Vladislav Dvorzhetsky.Sinopse: Solaris é um filme de ficção científica, que aborda com extrema profundidade o problema do tempo, da memória. Coloca o problema do sentido da existência, do amor, da natureza do pensamento, desconstruindo as formas reflexivas e recognitivas do conhecimento especulativo e científico e da razão prática ou moral humanos. 165 min
NO MIS - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
AV. ANDRADE NEVES, N° 33, CENTRO - CAMPINAS

Da geração e corrupção do poema









domingo, 27 de julho de 2008




O paradoxo das latinhas


A pergunta mais comum para quem ingressa num curso de filosofia é: pra quê serve isso? Na tentativa de exemplificar a imensa utilidade da filosofia produzida no Brasil hoje, perguntamos ao primeiro e único filósofo brasileiro, Genivaldo de Hidrolândia, como a Filosofia responderia ao paradoxo proposto pela canção popular da célebre banda de axé “Banda Beijo”:
Quer aprender/Pegue uma latinha/e bate uma na outra/Tcha Tcha Tcha Tcha/Segure o reagge/Não sussegue/Se entregue a essa viagem louca/Venha de lata negão/No meio da multidão/Se não tem lata, improvisa,/bate na palma da mão (BEIJO, Banda. Bate lata: Carnaxé folia, Bahia, 2005)


O paradoxo seria: como é possível o tcha tcha tcha tcha pegando “uma [única] latinha” e batendo “uma na outra”?


Primeiramente, Genivaldo mostra como os principais filósofos tentariam solucionar o paradoxo. Em seguida, ele apresenta uma resposta definitiva à questão a partir de sua própria Filosofia.


Platão: Para Platão, a idéia da segunda latinha pré-existe à existência material de ambas as latas. A ausência material da segunda latinha é um mero defeito do mundo sensível. Isso prova que não devemos confiar nos sentidos.


Aristóteles: Para Aristóteles, como o vazio não existe, a segunda lata é em potência na primeira. Uma vez que o lugar natural da segunda lata é a primeira, o tcha tcha tcha tcha produzido pelo bater das latinhas é a atualização daquilo que era em potência.


Descartes: Penso na segunda lata, logo ela existe. Deus, que é infinitamente bom, garante a correspondência entre o meu pensamento e a existência da segunda lata.


Hobbes: Na ausência de um poder Soberano, as latas se encontram numa guerra de todas as latas contra todas as latas. Supondo que haja no mundo mais que uma lata, em algum momento elas colidirão, produzindo o tcha tcha tcha tcha, donde se diz que a lata é o lobo da própria lata.


Hume: Ao ouvir o tcha tcha tcha tcha, inferimos pelo hábito que a segunda lata existe como causa do som produzido.


Newton: Na Filosofia Natural não há lugar para hipóteses, mas as proposições são deduzidas a partir dos fenômenos. Portanto, a partir do fenômeno do tcha tcha tcha tcha concluímos que a segunda lata existe.


Kant: A segunda lata é a condição transcendental do tcha tcha tcha tcha.


Genivaldo:Para um entendimento completo da resposta seria necessário que o público brasileiro estivesse familiarizado com a minha filosofia, que ainda não se encontra vertida para o português. De forma sumária, a solução se apresenta da seguinte forma: como a vontade de foder não passa nem fodendo, não há paradoxo, pois o tcha tcha tcha tcha pode ser produzido por uma, duas ou dez latinhas (dependendo da disposição das latas).